O DESAFIO QUE OS DONOS ENFRENTAM
Os
proprietários de cães atualmente enfrentam desafios diferentes. Quase ninguém
tem tempo suficiente. O fator tempo favorece o surgimento de problemas nos cães
que podem ser impossíveis de corrigir. Um cão deixado ao acaso passa por
diversas experiências durante o dia na ausência a e até na presença do dono.
Algumas destas experiências não são percebidas de imediato. O cão pode morder
delicadamente um sapato ou roer levemente o pé de uma mesa tirando até alguns
gracejos de seus donos. Esta emoção liberada pelo dono pode ser um estimulo
poderoso para este cãozinho, que como comentei anteriormente, “sente coisas que nem sequer imaginaríamos!”
Este comportamento enquanto o cão é ainda um filhote, não causa muito estrago.
Por outro lado na mesma proporção do crescimento a força aumenta e a delicada
mordida agora é capaz de num passe de mágica fazer desaparecer meio sapato. O
suave e doce latido do filhotinho transforma-se num amargo e estridente
incomodo em poucos meses. O minúsculo xixi na cozinha sempre termina deixando
marcas não muito agradáveis e mal cheirosas na sala enquanto que a mordidinha
nos dedos faz um estrago razoável em nossos filhos. Sem contar as inúmeras
vezes que os nossos queridos amigos degustam as próprias fezes. As questões
principais neste momento são as seguintes: Como estes problemas surgem? Porque
surgem? É genético, ou não? Como se manifestam? O adestramento pode resolver
estes desafios? Não podemos perder de vista que o descontrole
comportamental é um dos desafios que 90% dos proprietários gostariam de não
ter. A agitação que o filhote demonstra nos primeiros dias se não controlado,
no futuro vai gerar a ansiedade que por sua vez se converterá em agressão.
Tenha certeza que seu cão vai fazer um montão de coisas pra chamar sua atenção.
O grande problema é que geralmente acontece longe de você. Quando o cão está
sozinho, tenta procurar seu dono e amigo utilizando seus sentidos para detectar
e encontrar. Passeando pela casa, utiliza a audição e sem sucesso, inicia um
processo de busca pelo olfato. Com mais de 150 milhões de células olfativas
qualquer toque de seu dono em objetos já lhe chama a atenção. Para amenizar a
solidão ele apanha este objeto com a boca e tenta atrair seu dono, mais uma vez
sem sucesso. Por vezes acontece de o dono chegar exatamente no momento em que o cão está mordendo algum
objeto, ou apenas com algo na boca, e muitas vezes o cão cria uma ponte entre
este objeto e a chegada do dono. Ele começará a pegar certos objetos na boca
com maior frequência. Um conselho para as empregadas: quando for varrer o chão,
e o filhote resolver brincar com a vassoura, não ache graça, nem estimule, pois
isto se tornará um problema no futuro. Outro erro fatal é quando o dono brinca
com seu cão de perseguição, principalmente quando ele está com algo na boca.
Isto favorece o surgimento do comportamento de roer e destruir coisas. O cão
associa o dono com certos objetos e começa a brincar com estes objetos com a
finalidade de atrair seu dono. O proprietário inteligente sentirá o desejo de
associar sua presença com algum brinquedo, isto é muito válido. Algumas regras
devem ser seguidas: 1º- o brinquedo é seu, e não do cão. 2º- Você permite o cão
brincar com seu brinquedo. Repetindo isso numa base consistente, em breve o cão
vai esperar você chegar para brincar com o seu brinquedo. Eventualmente, você pode
“esquecer” o brinquedo em alguma parte da casa e deixar o cão encontrar e
deliciar-se. Desta forma, o stress será eliminado, a ansiedade corrigida e o
autocontrole estimulado. Quando estiver por perto, você será o brinquedo dele.
Sem dúvida os desafios e problemas evoluíram com o tempo. O cão de rua que hoje
atravessa na faixa a 40 anos atrás não tinha esta preocupação. Aqueles que não
aprenderam pagaram com a própria vida e tiveram seus corpos esmagados, ao passo
que os que descobriram a faixa de pedestres transmitiram este aprendizado aos
filhotes. Ou evoluíram ou morreram. Ao passearmos pelas grandes cidades podemos
verificar os remanescentes dos cães que evoluíram na grande selva de pedra. Nos
museus podemos encontrar fotos de cães bastardos da década de 50 e 60 que já
não existem mais. Não conseguiram evoluir. Trilharam o mesmo caminho que os
dinossauros. A selva de pedra engoliu milhares de cães nos últimos 40 anos, uns
poucos restaram e transmitiram geneticamente aos filhotes o aprendizado. Ao
sair na rua você vai ver o que estamos falando. Cães de rua atravessando na
faixa e que conhecem a panificadora, o açougue, a banca da esquina a vizinha da
casa ao lado que os alimenta diariamente com restos de comida e assim por
diante. E também tem aqueles cães de raça pura que evoluíram. O Pastor Alemão
de estrutura e beleza do inicio do século passado não tem nada a ver com o
atual campeão mundial deste ano. Os cães de pastoreio também mudaram. Raças
grandes ou pequenas sofreram, ou melhor, passaram por mudanças. E todas estas
mudanças contribuíram para os novos desafios que os donos enfrentam atualmente.
Você pode eliminar muitos problemas ou desafios escolhendo o cão correto. O cão
não é um brinquedo que você desliga ele quando quer, ele requer atenção e cuidados.
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Aguinaldo Diniz - Adestrador Profissional (Lei n° 9.610, de 19.02.98)
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